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Pandemia

14 de abril de 2020

Profissionais de saúde de São Paulo são 16 vezes mais afetados por COVID-19 que população da capital

FELIPE VITE

De acordo com números coletados pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindisep) durante o mês de março, o índice de contágio da COVID-19, para os trabalhadores da saúde é dezesseis vezes maior do que o da população total da capital. Até o dia 5 de abril, a cidade tinha 3.754 infectados, cerca de 0,0306% da população total. Somando os números divulgados pela Autarquia Hospitalar Municipal (AHM) e o Hospital do Servidor Público Municipal, dos 22.261 funcionários cerca de 106 já contraíram o vírus, uma porcentagem de 0,4762% de infectados.

No cenário nacional com 12.056 casos de COVID-19 diagnosticados, a taxa de contágio é de 0,0057%. Já no Estado de São Paulo, são 4.866 casos, com índice de infecção 0,0106% entre a população. Para chegar nesses números, o Sindsep analisou afastamentos por licença médica de servidores da AHM. Entre 5 de março e 4 de abril, foram 1.121 pedidos de licença. O destaque é o aumento nos pedidos de afastamento de 14 a 15 dias. Na primeira quinzena do período analisado, foram 11 pedidos. Na segunda quinzena, o número explodiu, para 283 pedidos, um aumento de 2.473%. Somando todos os tipos de licença pedidos nas duas quinzenas, temos um total de 1.121 emissões de afastamentos em apenas 30 dias.

O número do contágio é mais elevado entre os servidores da saúde pública por dois fatores, segundo o Sindicato. Faltam equipamentos de proteção individual para os trabalhadores e instrução de como atender pacientes com a COVID-19. Os números do SINDSEP também mostram os hospitais e centros de saúde com maior número de afastamentos. Apenas no HM Dr. Carmino Caricchio, no Tatuapé, são 81 servidores afastados com licença de 14 a 15 dias, mesmo hospital onde já faleceram dois trabalhadores da enfermagem. Durante uma Mesa Técnica realizada no dia 7 de abril por videoconferência, o

índice de contaminação na saúde.jpeg

Secretário da Saúde, Edson Aparecido, foi apresentado aos números em reunião, com presença de membros do Sindsep, e questionado sobre os equipamentos. De acordo com uma nota publicada pelo sindicato, o Secretário "só respondeu sobre máscaras e luvas que estão encomendadas por importação, porém sem apresentar datas. Nada foi dito sobre álcool, aventais, escudo, macacão ou outros equipamentos. Perguntado, não apresentou nenhum plano do prefeito Bruno Covas, associado ao Governo do Estado, para reconversão de indústrias

para fabricação e fornecimento de EPIs, insumos ou equipamentos, mesmo confirmando a dificuldade de oferta no mercado".
A mensagem que o governo passa é que cada cidadão precisa fazer sua parte individualmente durante a quarentena, evitando aglomerações e ficando em casa, mas o próprio governo não se mobiliza para ajudar a área mais afetada pelo vírus até então. Nossos profissionais da saúde precisam de equipamentos e de instrução relativa a protocolos de atendimento e tratamento das pessoas contaminadas.

Vale lembrar que o MPT possui um site para checklist sobre falta de EPIs em âmbito nacional

Para quem trabalha em São Paulo, o SindSaúde-SP disponibilizou um canal para denúncias sobre falta de equipamento individual e coletivo

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