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Inclusão

3 de março de 2020

Pesquisa mostra perfil de trabalhadores com deficiência

  A primeira plenária do ano da Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho Formal, que ocorre no próximo dia 11 em São Paulo, vai apresentar os resultados de uma pesquisa realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e o IBOPE sobre a empregabilidade das pessoas com deficiência. Os dados levantados nessa pesquisa podem servir como uma ferramenta de apoio no planejamento de ações pelo fomento da inclusão desses profissionais.

  No Brasil, pouco mais de 400 mil pessoas com deficiência estão empregadas com contratos formais (pela CLT), o que não chega a 1% do total de profissionais nessas condições no país. Este número é resultado de uma comparação entre os dados do Censo 2010, que indica a existência de 45,6 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência (24% da população), com o que aparece na RAIS, o banco de dados com os registros de contratação e dispensa realizados no país. “Esse era o cenário em 2017. Acredito que tenha melhorado, porque são muitos esforços empreendidos pelas instituições na inclusão”, diz a procuradora Elisiane dos Santos, do Ministério Público do Trabalho-SP (MPT-SP). 

  Com uma amostra quantitativa formada por 510 pessoas que frequentam instituições de apoio na cidade de São Paulo, o estudo traz informações como idade, gênero, salário e renda familiar, e também possibilidades de ascensão e informações sobre o ambiente em que trabalham, para quem trabalha (veja abaixo). O dado mais impactante é o nível de desemprego - a maioria absoluta, 52% - e

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entre os que estão empregados, a vivência

de violência física - 14% da amostra.  

  Elisiane destaca também os resultados de investigação de subjetividades, que contrariam o discurso padrão que vem de empresários e autoridades a respeito de cotas, políticas de proteção e necessidades desses profissionais. “Mostra que os trabalhadores entrevistados enxergam no trabalho um meio de garantir dignidade. Isso é importante porque é um discurso do empresariado, que as pessoas não querem trabalhar, que preferem o benefício. É uma falácia”, diz.   A política de cotas e o apoio da família também aparecem. “São dois pontos que estão em pauta nesse cenário de retrocesso que vivemos. É muito comum nas empresas o argumento de que a família não quer que trabalhem e o governo

(atual) tem agido para acabar com a política de cotas. Na verdade, grande parte das famílias incentiva o trabalho. Com relação às cotas, a maior parte dos entrevistados considera que essa política fez uma transformação na vida deles”, diz a procuradora.

  A pauta central do encontro é a avaliação Índice de Funcionalidade Brasileiro (IFBr). O palestrante convidado, Dr. Heleno Rodrigues Corrêa Filho, da Universidade de Brasília, abordará quais os rumos para a validação do Índice como modelo unificado de avaliação da deficiência no Brasil. Vale lembrar que o IFBr é baseado na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e na Medida de Independência Funcional (MIF).  A plenária é aberta.

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A maior parte dos deficientes com emprego formal é homem (63%), negro (52%), com idade entre 16 e 24 anos (33%), trabalha no comércio (52%) e ganha pouco. A renda individual é de até um salário mínimo em 42% da amostra e a familiar fica acima de dois salários mínimos para 36% deles. Poucos - apenas 14% - chegam a cargos mais altos (gerência) e a maioria absoluta (52%) estava desempregado no momento da pesquisa. Com relação à formação, a maioria (59%) chegou até o ensino médio, sendo que 13% não terminou. A pesquisa investigou também o ambiente de trabalho e descobriu que a maior parte não conta com as adaptações necessárias (63%), jamais foram promovidos (77%), recebeu algum aumento de salário por desempenho (70%) ou fez curso de qualificação oferecido pela empresa (68%). A falta de oportunidades de ascensão e a discriminação e violência são situações apontadas como as mais graves encontradas pelo estudo por Elisiane: 40% relatam situações de discriminação, 38% sofreram bullying e rejeição, 32% se sentem isolados. Há ainda assédio moral (32%) e sexual (15%) e inacreditavelmente, 14% relatam violência física.

SERVIÇO

1ª Plenária da  Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho Formal

Dia: 11 de março
Horário: das 14 às 17h
Local:  Auditório da Superintendência Regional do Trabalho - Av. Prestes Maia, 733, 22º andar, Luz. São Paulo/SP

Informações: Site da Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência  

 

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