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diversidade

7 de fevereiro de 2020

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"Frente evangélica brecou
Bolsonaro em 2018"

Pastor Ariovaldo Ramos

O ex-presidente Lula fez uma declaração, no fim de janeiro, afirmando que o PT precisa reatar laços com os evangélicos. A fala fomentou o debate sobre a esquerda tentar se reaproximar do bloco religioso, mas em agosto passado, na mesa sobre diversidade da 6ª edição do Congresso, o pastor Ariovaldo Ramos fala sobre a Frente Evangélica pelo Estado de Direito. Montada em 2016 para fazer frente à bancada evangélica na Câmara, hoje possui mais de 100 mil adeptos e atua, preferencialmente, nas favelas e ocupações do MTST. O Pastor tem forte relevância e presença na mídia, possuindo uma agenda bastante movimentada. Em 2019, a Frente realizou eventos em praticamente todos os meses do ano e em diversos estados do Brasil, tendo uma atuação mais forte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Como o próprio Pastor diz ''ir para rua é com evangélico mesmo".Citado pelo Pastor Ariovaldo na palestra, Anivaldo Padilha (pai do ex-ministro da Saúde,

Alexandre Padilha) foi outro personagem importante na fundação da Frente, sendo um dos fundadores e idealizadores do projeto, além de fazer uma ponte entre os evangélicos e o PT e os movimentos de esquerda há muito tempo, desde de meados dos anos de 1960. Ativo pela Juventude Metodista e no Movimento Ecumênico da Juventude pela Democracia durante a ditadura, Anivaldo foi denunciado por dois pastores de sua igreja

por ter “ideias subversivas”, sendo sequestrado, preso e torturado em 1970. Em 1971 ele se exilou e retornou ao Brasil apenas em 1984.Durante a palestra o Pastor diz que, além de conscientizar os evangélicos que tem essa visão de que a “esquerda é coisa do Diabo”, o movimento atua principalmente nas favelas no amparo de jovens. A militância deu seus frutos na corrida presidencial de 2018. O IBOPE reconheceu que, dentro da comunidade evangélica, a intenção de voto em Jair Bolsonaro havia retraído em 12 pontos percentuais. O pastor ainda reflete que existe resistência de muitos políticos e partidos de esquerda com os evangélicos, e afirma que “a esquerda não consegue reconhecer um aliado quando vê”.

A mesa A humanidade policromática assim como ela é: quando as águas se encontram, teve uma formação eclética: além do pastor, reuniu a militante e ex-guerrilheira Amelinha Teles, Cleyton Abreu, coordenador da Caritas, militante em prol dos refugiados; a professora Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior, uma das mais importantes referências do movimento de pessoas com deficiência; de Rita Von Hunty, youtuber drag Queen que comanda um canal de discussão política com 355 mil inscritos, criada pelo ator, sociólogo e professor de inglês Guilherme Terreri Pereira; e o jornalista Antonio Junião, cartunista e militante do movimento negro, responsável pela mediação da roda de conversa.

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FELIPE VITE

PERFIL

Além da Frente Evangélica pelo Estado de Direito, o pastor Ariovaldo Ramos é dedicado a ações em favor de crianças e adolescentes vulneráveis. É um dos principais teólogos brasileiros da Missão Integral, teologia Latino Americana que defende a promoção da salvação e também da dignidade e justiça, alterando a realidade social, como missão da igreja. O pastor começou seu trabalho na Praça da Sé, na década de 90, ajudando as crianças e adolescentes que viviam ali a se reconectarem com suas famílias. Depois ajudou as famílias das 21 vítimas da Chacina de Vigário Geral, mortos pela polícia, elegeu-se presidente da ONG Visão Mundial no Brasil; e integrou o Conselho de Segurança Alimentar da Presidência da República entre 2002 e 2007.

A Roda de Conversa, editada por participante, e o debate estão disponíveis, na íntegra, em nosso canal no Youtube.

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