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Pandemia

13 de junho de 2020

Prevalência do coronavírus na população brasileira cresceu 50% em duas semanas

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Resultado apareceu na segunda fase de testes do estudo EPICOVID19-BR, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), encerrada dia sete de junho.

Depois das limitações enfrentadas na primeira fase, quando os pesquisadores foram hostilizados em várias cidades e impedidos em outras devido à falhas de comunicação do Ministério da Saúde, os pesquisadores avançaram e conseguiram realizar 31.165 entrevistas e testes para o coronavírus. Das 133 cidades previstas, conseguiram entrevistar pelo menos 200 pessoas em 120, incluindo 26 das 27 capitais (a exceção foi Curitiba). Na primeira fase foram entrevistadas e testadas 25.025 pessoa e em apenas 90 cidades foi possível ter uma amostra com 200 ou mais participantes. “Esse avanço metodológico talvez seja o grande destaque da segunda fase da pesquisa”, disse o coordenador geral do estudo, Pedro Curi Hallal.

Os pesquisadores reforçam a ressalva de que os resultados encontrados nas 120 cidades não devem ser extrapolados para todo o país, mas voltam a afirmar que a contagem de pessoas com anticorpos no Brasil certamente já está na casa dos milhões, e não mais dos milhares. Para cada caso confirmado de covid-19, o estudo aponta para a existência de outras seis pessoas com anticorpos na população. 

O estudo mostra ainda enormes diferenças entre as regiões do país, sendo que a situação mais grave é da região Norte, onde estão 12 das 15 cidades com maiores prevalências. As outras três ficam no Nordeste: Imperatriz, Fortaleza e Maceió. A prevalência no Sul ficou abaixo de 0,5%, e, na Região Centro-Oeste, apenas Brasília, Cuiabá e Luziânia superaram esta marca. 

Os números das capitais mostram de forma mais marcante essas diferenças: em Boa Vista (RR), o estudo estima que uma em cada quatro pessoas (25% da população) tem ou já teve coronavírus. Outras seis apresentaram resultado

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Índígenas formam grupo mais afetado

As primeiras análises mais aprofundadas dos achados da pesquisa da UFPel mostram um impacto muito maior em grupos indígenas, concentrados na região Norte, que apresentaram prevalência de 3,7%. Entre os brancos, o índice é de 0,6%. A informação está mais detalhada no artigo Remarkable variability in SARS-CoV-2 antibodies across Brazilian regions: nationwide serological household survey in 27 states (Variabilidade notável em anticorpos SARS-CoV-2 em regiões brasileiras: pesquisa sorológica em domicílios em 27 estados, disponível para pré-impressão para avaliação dos pares), que também descreve melhor como ficaram as amostras, em face das dificuldades criadas pelas condições políticas do país, bastante conturbadas. 

O artigo analisa os números da primeira fase apenas, mas a prevalência no Norte se manteve na segunda fase.  

As seis cidades com maior prevalência estavam localizadas ao longo de um trecho de 2.000 km do rio Amazonas, começando em Tefé, na bacia central, até Macapá, Belém e Castanhal, na região da foz (foto). Em termos de etnia, a segunda maior prevalência (2,4%) foi encontrada no grupo “pardo”, a categoria étnica mais heterogênea do país, variando significativamente entre as regiões extremas - Norte e Sul. A prevalência de anticorpos no grupo de pardos foi 1,6 vezes maior do que entre os brancos que vivem na Região Norte, 1,3 vezes entre os que estão no Nordeste e 0,9 vezes no Sudeste.

superior a 10%: Boa Vista (RR), Belém (PA), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Manaus (AM) e Maceió (AL). Das 10 capitais com percentuais mais altos da população com anticorpos, quatro ficam na Região Norte, cinco no Nordeste e uma, o Rio de Janeiro, no Sudeste. O Rio

de Janeiro faz parte do grupo de cidades onde houve um aumento acentuado da prevalência entre a primeira e a segunda fase, de 2,2% para 7,5%. Em Maceió, o aumento foi de 1,3% para 12,2% e em Fortaleza, saltou de 8,7% para 15,6%.
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