INSTITUTO
WALTER LESER
Saúde coletiva & cidadania
Livro
04 de julho de 2020
BOAVENTURA DE SOUSA CAMPOS
A Cruel Pedagogia do Vírus
Pequeno livro do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, publicado em meados de abril como parte da série Pandemia Capital, organizada pela editora Boitempo. Boaventura percorre as imensas dores e tragédias envolvidas na expansão caótica da doença pelo mundo em busca de lições e sob a luz da situação política e econômica dos últimos anos. Nessa busca, aponta o que há de bom na escuridão; Rapidamente, aponta o que pode ser bom; fala do papel dos intelectuais e dos governos; discute a situação de grupos mais vulneráveis, chamados por ele de “grupos do sul”, a quem dedica um capítulo e descobre que já temos seis lições a aprender.
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Trechos
Elasticidade social:
"A ideia conservadora de que não há alternativa ao modo de vida imposto pelo hipercapitalismo em que vivemos cai por terra. Mostra-se que só não há alternativas porque o sistema político democrático foi levado a deixar de discutir as alternativas.”
A fragilidade do humano:
“O surto viral pulveriza este senso comum e evapora a segurança (da classe dominante) de um dia para o outro. Sabemos que a pandemia não é cega e tem alvos privilegiados, mas mesmo assim cria-se com ela uma consciência de comunhão planetária, de algum modo democrática.”
A intensa pedagogia do vírus: as primeiras lições
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Lição 1. O tempo político e mediático condiciona o modo como a sociedade contemporânea se apercebe dos riscos que corre.
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Lição 2. As pandemias não matam tão indiscriminadamente quanto se julga.
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Lição 3. Enquanto modelo social, o capitalismo não tem futuro.
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Lição 4. A extrema-direita e a direita hiper-neoliberal ficam definitivamente (espera-se) descreditadas.
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Lição 5.O colonialismo e o patriarcado estão vivos e reforçam-se nos momentos de crise aguda.
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Lição 6. O regresso do Estado e da comunidade.