O GT Saúde e Marcadores Sociais da Diferença inicia os trabalhos com duas pesquisas sobre questões de gênero desenvolvidas por alunas da FESPSP no programa de iniciação científica

IWL encerra o ano com um novo grupo de trabalho

  O Instituto Walter Leser - Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (IWL-FESPSP) encerra o ano com a abertura de um novo grupo de trabalho, o GT Saúde e Marcadores Sociais da Diferença, que estreia com dois projetos de pesquisa sobre questões de gênero desenvolvidos por alunas da graduação de Sociologia e Política no programa de Iniciação Científica. "O propósito do IWL é reunir projetos, iniciativas e pesquisas na interface entre ciências sociais e saúde. Marcadores como gênero, sexualidade, cor/raça, classes sociais, geração, são categorias analíticas fundamentais para compreendermos processos de saúde e adoecimento, e também para atuarmos em defesa da equidade na saúde", diz Renata Mourão Macedo, coordenadora geral do IWL e do novo GT.

  A criação do GT marca também a ampliação dos canais de participação dos alunos da FESPSP nas atividades do IWL, uma das metas assumidas pela nova gestão, coordenada por Renata, que trouxe a professora Stella Schrijnemaekers, socióloga com doutoramento pela Universidade de São Paulo (USP) e professora na FESPSP, para compor o quadro de pesquisadores do GT. Foram selecionados dois projetos, propostos por alunos da graduação a partir de um edital: Mulheres Cisgênero e HIV: Uma Análise Interseccional sobre Estigma; e Afetos e Humanizando a Dignidade Menstrual para Mulheres em Situação de Rua.

  O primeiro projeto selecionado foi proposto pela aluna Joseane

Portalupi, que pretende investigar como é a realidade de mulheres cisgênero com diagnóstico positivo para HIV na cidade de São Paulo. “Como são os afetos, as interações mais íntimas, a partir do momento que ela recebe esse diagnóstico. Isso tem uma interação direta até com o tratamento, já que muitas não têm coragem de ir atrás do remédio, por exemplo”, explica. 

  O segundo projeto é de Pamella Cirillo, formada em Comunicação Social, com ênfase em Planejamento Estratégico pela UBC e graduanda em Sociologia e Política na FESPSP. “O trabalho fala sobre dignidade menstrual e procura entender como o programa de dignidade menstrual do governo federal, política pública recentemente implantada no país, está impactando mulheres em situação de rua”, explica. A pesquisa está focada em mulheres que vivem nas ruas do centro da capital de São Paulo e vai averiguar se essas mulheres sabem que têm o direito de receber absorventes e das que sabem, se conseguem acessar.  

  A previsão é de que o primeiro relatório das duas pesquisas saia no final do primeiro semestre de 2025. Segundo Renata, "os dois projetos selecionados contribuirão muito com o grupo de Saúde e Marcadores Sociais da Diferença ao trazer pesquisas inovadoras e criativas, em temas atuais e sensíveis". O GT Saúde e Marcadores Sociais da Diferença se soma aos outros três GTs do IWL, o de Saúde do Trabalhador, Saúde na Região Metropolitana e Saúde e Ambiente.