
INSTITUTO
WALTER LESER
Saúde coletiva & cidadania

INTERVIR PARA PREVENIR
MARA TAKAHASHI
As pesquisas do Laboratório de Mudanças incluíram uma investigação etnográfica para entender o processo de perda de representatividade do sindicato, concluindo que é consequência direta da adoção de modelo de produção neoliberal pelas petroleiras, que aposta na precarização. E também descobrir porque, apesar dos avanços obtidos pela categoria no controle da exposição ao benzeno (reconhecido desde 1996 como cancerígeno e com uso regulado desde 2005), a incidência de câncer de longa latência (que demora a aparecer) continua sendo importante na categoria, mesmo naqueles que não foram expostos ao benzeno.
A socióloga Mara Takahashi, pesquisadora do IWL-FESPSP e da equipe do projeto, conta que o estudo indica a "necessidade de expansão da prática sindical para ações de prevenção e ampliação da sua estrutura de apoio", capazes de modificar processos que levam ao adoecimento.
Os achados do estudo foram apresentados no seminário que marcou a inauguração do Serviço, no final de março, que incluiu na sua programação, relato de casos de petroleiros e petroleiras adoecidos, levantados pelo Departamento de Saúde dop SindipetroLP e que justificam e embasam a proposta de criação de um serviço de acolhimento.
Para saber mais sobre a pesquisa leia o artigo Atuação sindical petroleira do Litoral Paulista: contradições, enfrentamentos e perspectivas para ações no campo da Saúde do Trabalhador
Saúde do trabalhador
2 de abril de 2025
O Sindipetro-LP inicia os trabalhos do Serviço de Saúde Coletiva, voltado para atendimento de trabalhadores e trabalhadoras petroleiros, (próprios, contratados, aposentados(as) ou pensionistas). A iniciativa é uma ação da diretoria para fortalecimento do vínculo com o trabalhador associado e de cuidado mais efetivo com a saúde da categoria, desenvolvida com base no resultado de pesquisas do Laboratório de Mudanças (LM) iniciado em 2021.
Coordenado por Sandra Lorena Beltrán Hurtado, fisioterapeuta especialista em saúde do trabalhador, o projeto prevê parcerias com outras instituições, que irão atuar em conjunto com o departamento de saúde do sindicato para melhorar as condições de trabalho e promover mudanças estruturais, capazes de evitar que os trabalhadores e trabalhadoras adoeçam. Deverão ser envolvidas as CIPAs e CIPLATs, representantes do Ministério do Trabalho, pesquisadores da Fundacentro, auditores fiscais e a rede pública de saúde (SUS), incluindo os Cerests (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) de Santos, Cubatão e São José dos Campos, além de estruturas como CAPS, CRAS e INSS.
O Serviço de Saúde Coletiva foi apresentado durante um seminário que reuniu lideranças sindicais, membros de CIPAs, estudantes e os pesquisadores Mara Takahashi, do Instituto Walter Leser da Fundação Escola de Sociologia e Política (IWL-FESPSP), José Marçal Jackson Filho, pesquisador da Fundacentro e Angela Paula Simonelli, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi criado com o apoio do diretor Fabio Santos e Marcelo Juvenal Vasco, ex diretor do Sindipetro-LP e dos responsáveis pela pasta de Saúde do Sindicato: Cristiano M. das Neves, Eli Ferreira, André Ramalho, Eduardo Lara, Jeová Fragoso, Raimundo Gaia, Renato Rodrigues e Claudia Cristina L. dos Reis.
SindipetroLP quer ampliar acolhimento e atendimento de saúde para toda a categoria

O nome “Serviço de Saúde Coletiva do Trabalhador e Trabalhadora “Valdemar Barbosa Amaral”, é uma homenagem ao Valdemar, petroleiro e diretor da UTGCA, um dos principais articuladores desse projeto, mas que não pôde ver a sua concretização. Valdemar faleceu em dezembro de 2024, vítima de doença possivelmente relacionada ao trabalho.