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DOSSIÊ COVID NO TRABALHO

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"Um cara do bem"

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Planta do Centro de Controle Integrado

Cada bolinha é um trabalhador: as vermelhas indicam os contaminados

"Essa é a sala. Percebam que cada bolinha dessa é um posto de trabalho. Nosso companheiro Carcavalli operava o posto onde está estrito útil – utilidades. Reparem que do lado dele, todas as pessoas também estavam contaminadas. Aqui iniciou o surto da refinaria de Cubatão. Obviamente o surto não ficou só no grupo 5 – ele passava serviço para o grupo 1, que passava para o 4, que passava para o 3.... Obviamente, (espalhou o vírus) na passagem de serviço, porque não tem como higienizar seus equipamentos, não tem álcool gel, não tinha um plano de higienização da unidade, não implementa medidas de distanciamento ...A distância de cada posto de trabalho é menos de 1 metro!" 

Depoimento de Marcelo Juvenal Vasco, diretor de saúde da Federação Nacional dos Petroleiros, em evento promovido pelo Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), em julho de 2020

Antonio Carcavalli Filho

Cipeiro e técnico de operação da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)
Aos 58 anos, em 30 de maio de 2020

Antonio Carcavalli Filho faz parte da primeira turma contaminada na Refinaria de Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC), pouco mais de um mês depois do início da pandemia no Brasil e apesar das tentativas – dele, como cipeiro, juntamente com os diretores do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (SindipetroLP) – de obrigar a empresa a implantar medidas de proteção. Além de não fornecer equipamentos de proteção e higiene, a direção da Refinaria da Petrobrás em Cubatão foi negligente ao lidar com funcionários contaminados. Com uma organização complexa, que não permite pausas para troca de turma, a falta de protocolos ou a negligência nas regras de higiene e proteção teve resultados nefastos.

No final de abril, um colega de Carcavalli que estava afastado por suspeita de ter adoecido, foi liberado pela gerência para voltar ao trabalho, com a alegação de que seu teste teria resultado negativo. Só quando já estava nas salas mal ventiladas do Centro de Controle Integrado (CCI) junto a 27 colegas, teve acesso ao laudo e soube que na verdade, o resultado dera positivo. Ele e outros 19 colegas começaram a sentir os uma semana depois. Com 58 anos e comorbidades, Carcavalli foi internado dias depois dos primeiros sintomas e não resistiu. A contaminação do Grupo 5 deu origem ao primeiro surto na refinaria de Cubatão, que atingiu 200 trabalhadores e matou outros dois, além de Carcavalli: o operador de máquinas terceirizado José Roberto Cláudio de Jesus e o mecânico de máquinas também terceirizado José Carlos Nunes Rosa.

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HOMENAGENS

E O LUTO VIRA LUTA

Os vídeos, publicados pelo SindpetroLP nas redes sociais, mostram parte do ato silencioso realizado no Edifício Valongo, em Santos, na manhã domingo, 31 de maio, às 6h30, e o ato-homenagem, na RPBC, em Cubatão. O horário coincide com a entrada do Grupo 5. "Não temos dúvidas de que, se pudesse, ele nos faria essa exigência: transformar o luto em luta.", escrevem os diretores no final da nota de convocação. Além dessa publicação, feita no site do SindipetroLP, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Sindpetro de São José dos Campos e Região, fizeram homenagens a Carcavalli em seus sites. 

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