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Pandemia

06 de janeiro de 2021

Trabalhadores pedem socorro

Pedidos de ajuda vindos dos respondentes do projeto Dossiê Covid no  Trabalho revelam vulnerabilidade emocional e financeira entre os que foram obrigados a se expor em atividades essenciais. Pesquisadores vão manter monitoramento diário

Os pesquisadores do projeto Covid-19 Como uma Doença Relacionada ao Trabalho estão recebendo pedidos de socorro dos trabalhadores obrigados a se expor ao coronavírus por atuarem em atividades essenciais. Além de questões que levantam informações detalhadas a respeito das condições de trabalho e dos riscos enfrentados, a equipe abriu canais de comunicação por meio de e-mail, oferecendo orientação, e a demanda foi uma surpresa. “Começamos a receber pedidos de ajuda que exigiam respostas imediatas, principalmente relacionadas a problemas psicológicos”, conta Cristiane Queiroz Barbeiro Lima, química, especialista em ergonomia de sistemas de produção e pesquisadora do projeto. Embora não estivesse previsto inicialmente, a equipe se organizou em plantões e está atendendo a todos na medida das possibilidades. “Quando não podemos fazer nada, ajudamos indicando onde podem encontrar ajuda”, explica Maria Maeno, médica especialista em saúde do trabalhador e que também participa do projeto.

Os pedidos de apoio psicológico vêm em sua maioria, dos trabalhadores em bancos ou instituições financeiras, categoria em que já se registrava altos índices de doenças mentais antes da pandemia. “Essa situação se agravou muito agora”, diz a psicóloga e pesquisadora Daniela Sanches Tavares. Até 16 de dezembro de 2020, 783 trabalhadores – sendo 488 bancários e 40 radialistas - haviam respondido aos questionários da pesquisa, que começaram a ser distribuídos no final de outubro. Nesse período, os pesquisadores receberam 26 pedidos de apoio psicológico, terapia e assemelhados.

As respostas, por enquanto, estão sendo feitas de forma individualizada. “É bem mais agradável ver que alguém considerou a sua situação em específico”, argumenta Daniela. Aos que pediram apoio psicológico, a equipe orientou a

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procurar ajuda em várias fontes – primeiramente nos sindicatos da categoria, que em sua maioria oferecem um serviço psicológico ou mantém convênios com clínicas e profissionais, e ainda em organizações sociais ou coletivos de psicólogos que organizaram atendimentos online específicos para os casos que envolvem a pandemia. Alguns desses serviços são gratuitos. “Tem outras coisas também: queixas da insensibilidade de clientes, por exemplo, e de intensificação do trabalho para os que ficaram no presencial”, conta Daniela. Cristiane diz que há muitos pedidos de ajuda financeira, alimentação e até produtos de higiene. “É preocupante”, diz e ressalta: “Interessante foi ter encontrado duas pessoas dispostas a ajudar. Fantástico”, conclui.

20% dos contagiados ficam com sequelas psiquiátricas
Estudo da Universidade de Oxford mostra que pacientes de COVID-19 podem ficar com sequelas psiquiátricas. Os pesquisadores usaram dados de 69 milhões de pacientes dos Estados Unidos, 62.354 deles com diagnóstico de COVID-19. Principais conclusões do estudo: Quase uma em cada 5 pessoas com diagnóstico de COVID-19 recebe um diagnóstico psiquiátrico nos 3 meses seguintes à contaminação, uma em cada 4 dessas pessoas não tinha diagnóstico psiquiátrico prévio; Pacientes com transtornos psiquiátricos existentes podem ter maior probabilidade de contágio.

 

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NOTÍCIA

COVID-19 na saúde mental: pacientes e força de trabalho
Um grupo de 16 psiquiatras da Seção de Psiquiatras em Início de Carreira da Associação Mundial de Psiquiatria, que trabalham na Organização Mundial de Saúde (OMS) em países gravemente afetados pela COVID-19 descrevem as condições em que trabalham em cada país, as demandas criadas pela pandemia e os desafios a serem enfrentados. Inclui análise do Brasil. Publicado em junho/2020

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MAIS INFORMAÇÕES

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Ajuda online gratuita

Um grupo formado por psicólogos e profissionais da área saúde e educação, mestres e doutores que atuam no apoio psicológico em diversas áreas criou o portal Mapa de Saúde Mental. Nesse endereço estão reunidos de forma organizada e de fácil interação, vários grupos, instituições e serviços que oferecem atendimento online gratuito.

ACESSE O PORTAL

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