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Pandemia

09 de julho de 2020

Pandemia acelera teletrabalho

Opção, no entanto, não é viável para todos e pode tornar-se a barreira definitiva aos menos favorecidos
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Na última semana de maio, 8,8 milhões de pessoas estavam trabalhando no modo remoto, a partir das suas casas, o que representa pouco mais de 13% de quem conseguiu se manter empregado na pandemia. O número aparece na PNAD-Covid de maio e foi destacado pela análise da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), como um dos três fatores básicos para a relativa estabilidade das taxas de desocupação no país. Apesar da crise. 

Sob esse prisma e com boas experiências nos dois lados - de trabalhadores, que puderam se proteger durante a pandemia e manter seus empregos; e dos empresários, que registraram melhora no desempenho de seus negócios -, o home office pode se tornar rapidamente no novo normal do mercado de trabalho. E certamente, numa barreira definitiva para os menos favorecidos. A satisfação com o trabalho a partir de casa cresce na mesma medida dos salários segundo estudo da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, divulgado essa semana. Na média geral, 70% dos trabalhadores da amostra preferem continuar trabalhando em casa quando a pandemia passar, contra 19% que preferem voltar para o escritório. Esse índice cai para 38% entre os que tem salário bruto de R$ 1 mil. A amostra do estudo é composta por técnicos de nível superior e professores, com idade média de 40 anos, alta qualificação, com tempo médio de 8 anos na organização atual, ocupando posições de chefia e com salário médio de R $ 9.414,00. 

O perfil de quem está em trabalho remoto do estudo do Ipea também é bem parecido: são maioria as mulheres (53,6%), pessoas brancas (63,7%) e com nível superior completo (72,8% ). Há ainda uma grande discrepância entre as regiões do país: o Distrito Federal tem o maior índice: 25% das pessoas ocupadas estão trabalhando em casa; em contraste com Mato Grosso, onde são apenas 4,5%. A grande maioria - 5,1 milhões, ou 59% dos ocupados remotos - mora no Sudeste; 3,1 milhões (36%) no Estado de São Paulo. O menor índice é o encontrado na região Norte, onde apenas 7,1% (326 mil) dos ocupadas exerciam suas atividades de maneira remota.

Há vários estudos pontuais, feitos por consultorias ou empresas de TI (como as da Oi, ou da Fundação Dom Cabral (FDC)/Grant Thornton), que indicam satisfação de mais da metade dos trabalhadores entrevistados e também dos que querem permanecer em home office no pós-pandemia. E o governo federal deu início a uma pesquisa que pretende entrevistar 100 mil servidores, para avaliar como tem sido a experiência do serviço público com o trabalho remoto. A pesquisa é da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e a Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia (SGP/ME) e faz parte de um estudo conduzido mundialmente pelo Center for Advanced Hindsight (CAH) da Duke University, em conjunto com a Harvard Business School e a Kayma. 

Na contramão da tendência em manter e ampliar a opção pelo home office presente em muitos líderes empresariais, a última edição da McKinsey Quarterly, publicação que inspira o pensamento do empresariado mundial de ponta, traz experiências passadas recentes para fazer um alerta: as muitas vantagens que apareceram tendem a se dissolver a longo prazo.

“A história mostra que a mistura do trabalho virtual e no escritório pode ser muito mais difícil do que parece - apesar do sucesso durante a pandemia. Considere como Marissa Mayer, a CEO da Yahoo! encerrou o experimento com trabalho remoto em 2013, observando que a empresa precisava se tornar "um Yahoo!" novamente; ou porque a HP Inc. fez o mesmo naquele ano. As razões específicas podem ter variado, mas, em cada caso, as desvantagens do trabalho remoto a longo prazo superam os pontos positivos”.

O artigo parte de um movimento que cresce conforme a pandemia se retrai em várias partes do mundo. Multiplicam-se as empresas que planejam "uma nova combinação de trabalho remoto e no escritório, um modelo virtual híbrido no qual alguns funcionários estão no local, enquanto outros trabalham em casa." Um modelo que promete às empresas, ter acesso aos talentos sem as limitações geográficas, produtividade maior  - individualmente e das equipes também -, custos mais baixos, maior flexibilidade individual e melhora da percepção dos funcionários acerca da sua atividade profissional.

(Leia artigo completo aqui).

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